BLUES EM ANTONINA, céu e som em sintonia, mas o feeling, esse era outro

O Blues é um estilo musical que remete ao sofrimento e às histórias da escravidão norte americana, quem nunca escutou a expressão "feeling blue" (sentir-se triste, melancólico), mas esse não foi de certo o sentimento que se generalizou pelas ruas de Antonina. 

Os ritmos do Blues contagiaram os milhares de pessoas que passaram estes últimos dias pelo 3º festival de Antonina, e fizeram do evento um sucesso absoluto e já mais que comprovado.

Foto Louis Rodrigues

A ideia era fazer um festival horizontal, bem ao estilo de New Orleans, envolvendo inúmeros comércios e espaços públicos da cidade, o público aderiu e espalhou-se pelos vários palcos improvisados e foi degustando o que o cardápio musical do festival lhe foi oferecendo ao longo dos 4 dias.
Pelas redes sociais do evento vão-se lendo os feedbacks "Valeu Antonina pela recepção e aos organizadores do Festival, foi show, voltaremos com certeza no próximo!!!", "Parabéns aos idealizadores e organizadores. Fui em 2016,2017 e já estou esperando o de 2018. Show.".
In loco também escutei algumas críticas, nada que não possa melhorar numa próxima edição, nomeadamente mais oferta de alimentação, a cerveja estava muito cara e dificuldade em conseguir alojamento - quanto à estadia não sei se há muito a fazer - mas eu concordo em tudo. 

Por experiência em eventos deste tipo, uma ideia que eu também acharia válida, seria um mapa da cidade junto com a programação, assim é mais fácil a locomoção e obviamente, mais fácil de encontrar os shows.

À parte de toda a poesia ritmada do evento, vamos ao que mais interessa, Shows programados outros nem tanto - sim, eu vi uma senhora de 70 anos a cantar Raul Seixas - a música soou por toda a cidade com uma organização fantástica, excelentes músicos e claro uma cidade inteira de braços abertos para nos receber.

Eu só consegui descer no sábado para o litoral e confesso que estava muuuuito ansiosa pelo show do mister Lorenzo Thompson, já tínhamos conversado antes  - podem ler a matéria aqui - e queria muito conhece-lo pessoalmente, falamos de sentimentos, de fado (porque sim né, eu sou portuguesa), de muitas coisas além do Blues e eu fiquei realmente cativada por esse ser fantástico.

Foto Louis Rodrigues

Eu acho que a palavra certa para o descrever em palco é animal, sim soa-me bem, ele é um animal em palco, a vibe da música deixa-o em transe, escutamos isso, vemos isso e sentimos isso.

No final do show - que foi presenteado com uma lua magnifica que espelhava no mar, gente aquela paisagem, aquela vibe, só estando lá para entender (juro que não tenho palavras) - conheci finalmente o Lorenzo, e pensem numa pessoa mais simpática, carismática e gulosa ah ah ah (amou os pasteis de nata que lhe levei).

Enfim, muitas emoções e não parou por ali, domingo teve mais, mais música, mais sol, mais sorrisos e mais vontade de voltar na próxima edição.

Eu e o Lorenzo Thompson